Adriana Marques, do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ, afirma que os militares não querem abrir mão de seus cargos por motivos financeiros e institucionais
247 – A professora do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ Adriana Marques, em entrevista à TV 247, avaliou que os interesses diversos das Forças Armadas não apontam, necessariamente, para um apoio irrestrito a Jair Bolsonaro.
Na realidade, segundo ela, os interesses institucionais dos militares também seriam garantidos em outros governos, sendo que apenas aqueles militares que ocupam cargos do atual governo possuem um alinhamento maior a Bolsonaro.
“Existem alguns interesses particulares. Tem os interesses dos militares, a maioria da reserva, mas da ativa também, que ocupam esses cargos do governo e, obviamente, não têm interesse nenhum em abrir mão disso. Tem também os interesses institucionais, que são outras benesses que o governo ofereceu para as Forças Armadas como instituição, como o plano de reestruturação de carreira e o Orçamento”, disse.
“Em relação às Forças Armadas como instituição, é interessante que, apesar de todas as benesses que recebem, eles tendem a ter um discurso de se afastar, dizendo que as Forças Armadas não estão comprometidas com esse governo, ao passo que os militares que estão com cargos no governo se manifestam claramente em apoio ao presidente. Vivemos uma situação que, a depender dos resultados das eleições, uma determinada narrativa vai ganhar mais força”, disse.
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“Não sendo o atual presidente reeleito, ganha força esse discurso de que os militares estavam afastados do processo eleitoral. Sendo reeleito, eles cobram a fatura. A situação é mais complicada. Não é que eles somente apoiam o presidente da República, e sim, seja quem for o presidente da República, eles têm um discurso pronto para a ocasião”, completou.
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